20080124

a-Ashkan Sahihi


[…] ‘Pela primeira vez, com a fotografia, a mão liberta-se das mais importantes obrigações artísticas no processo de reprodução de imagens, as quais, a partir de então, passam a caber unicamente ao olho que espreita por uma objectiva. Uma vez que o olho apreende mais depressa que a mão desenha, o processo de reprodução de imagens foi tão extraordinariamente acelerado que pode colocar-se a par da fala.’ […]

W. Benjamin, ‘A Obra de Arte na Era da sua Reprodução Técnica’ 1936

Dei por mim a cismar para algumas imagens de um fotógrafo iraniano Ashkan Sahihi que desconheçia por completo. Primeiro estupefacto. Depois intrigado. Depois completamente derreado com a simplicidade de linguagem do seu trabalho, à medida que ia pesquisando e passando imagem a imagem e tentando apreender de maneira quase infantil estes fenómenos e instantes que ele nos vai propondo.

O que me interessou nestas séries de fotografia foi o modo como Ashkan Sahihi trabalhou com temas que pareciam já demasiado repetidos, explorados e banalizados na nossa cultura urbana quotidiana, mas que no entanto, nos expõe, apresentando-nos através de um olhar quase clínico e distanciado algumas fragilidades e dualidades na forma como lidamos / negligenciamos determinadas ideias, acções ou pensamentos, sejam eles simplesmente culturais ou políticos.

Foto: 'Sandy', Ashkan Sahihi 'Cum Series'

1 comentário:

Anónimo disse...

excelente trabalho!