Eu sou a favor de sal no Pão!
Na sequência de um artigo de Miguel Esteves Cardoso (publicado no jornal Público de dia 11 de Março), acerca das avultadas multas aplicáveis a padeiros que ousem aplicar sal nos seus pães, é caso para dizer bem alto - eu sou a favor de sal no Pão! E será caso também para dizer, que sou a favor da diferença e da variedade de opiniões, pois prezo a possibilidade de chegar a uma padaria e optar por adquirir pão com ou sem sal na sua constituição, por mais estranho que isto pareça!
A meu ver esta variedade ou diversidade só clarifica a nossa cultura. Transmito aqui a minha total desapreciação, relativamente a como o país se tem demonstrado passivo a medidas tão vinculativas quanto esta, ou outras que, na qualidade de cidadão e de arquitecto, mais me poderão vincular.
Mencione-se o caso do vasto conjunto de projectos de requalificação do Parque Escolar por exemplo, em que o pouco sal que poderia pôr em risco a nossa saúde, esvai-se através de um sistema injusto de adjudicações directas a um conjunto de empresas privadas seleccionadas pelo estado a 'dedo', ou na falta de 'tempero' em assuntos de carácter público, como são o museu dos coches, o museu do design e afins, ou ainda, que ao fim de 15 anos continue a haver obras no Terreiro do Paço, e que no final de contas se demonstre inexplicável a origem e por vezes os seus fins, como outros exemplos que já havia referido anteriormente no blog - o caso do plano 'Belém Redescoberta'.
É no entanto importante salientar, que as equipas seleccionadas podem corresponder de forma positiva ao que se lhes seja pedido. A questão que aqui procuro fixar, tem a ver com a ética no sistema de atribuição de trabalhos públicos e consciencialização do cidadão contribuinte acerca dos assuntos públicos ou de significativas parcerias público-privadas.
Sou a favor de uma 'hipertensão' causada por concursos públicos onde livremente ateliers de arquitectura, empresas de construção e de especialidades possam participar e aderir num discurso possível para uma nova leitura de cidade.
Sou a favor dos possíveis 'problemas renais ou enfartes' que nos possam ocorrer quando o discurso para a cidade seja feito com os cidadãos e não apenas por entre uns quantos eleitos à esquerda ou à direita fechados entre si, para melhor se acomodarem.
E por tudo isto reafirmo - Eu sou a favor de sal no Pão!
20090311
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