20101013

Less is More é um chavão que na sua génese queria mais significar que a depuração no desenho de um produto era signicado da sua excelência. Esta foi uma expressão recriada por Ludwig Mies van der Rohe na época áurea do modernismo europeu inspirada por um poema de Robert Browning, um poeta muito viajado por Itália e profundamente inspirado pela ardente revolução industrial inglesa de séc. XIX:

'Who strive - you don't know how the others strive
To paint a little thing like that you smeared
Carelessly passing with your robes afloat,-
Yet do much less, so much less, Someone says,
(I know his name, no matter) - so much less!
Well, less is more, Lucrezia.'

Robert Browning, 1855

Para além do seu contexto sócio-cultural e histórico específico em que Mies esteve envolvido (entre grandes guerras), podemos entender e relacioná-lo de alguma forma com o que Browning havia querido mencionar anteriormente. Mas este é também um dos chavões mais usados, ripostados, teorizados e adulterados da história da arquitectura, design e marketing, eis alguns exemplos que consegui recolher: o clássico Less is a Bore de Robert Venturi nos anos 60 para definir uma nova preocupação e tendência pop, o super positivismo Yes is More de Bjark Ingels Group (BIG) na sua recente monografia, a referência em versão traduzida do atelier Menos é Mais de Cristina Guedes e Francisco Vieira de Campos, o Mess is Bore do jovem designer Nuno Coelho, More for Less das habituais campanhas de marketing tipo 2 em 1, How to think less and do more (the Emotion Machine) e finalmente o hilariante e o meu preferido 'Less' is a Whore que não encontrei referência, mas juro que já vi isto em qualquer lado, assim como este ridículo Less is more Horse que encontrei quando procurava pelo anterior.
Os chavões tendêm a ser armas de sedução e de comprovada determinação de uma 'tendência' (não encontrei palavra melhor), assim ao modo de escudos protetores que uma maioria comprende, mas que uma vez que foram tão adulterado e extropeados, muito pouco lhes vai restando.
A arquitectura é pródiga nesta área, outro exemplo é o 'form follows the function' de Louis Sullivan também do início do séc. XX que já foi tão ripostado e achincalhado que já nem sabemos mais o que pensar - mais vale não tirar partidos que não sejam os nossos!

2 comentários:

Raquel Carmona disse...

adorei! Parabens, bom ler textos assim! curiosos

Raquel Carmona disse...

adorei! Parabens, bom ler textos assim! curiosos